Foi o que escrevemos no convite de aniversário, 27 de fevereiro, eu e minha amiga Simone, pois aniversariávamos juntas. A festa foi maravilhosa e como já contei antes, foi o dia do meu primeiro e único porre na vida. Desde então, houve o Grande Evento 2, 3 e 4 e esse ano seria o 5. Seria, pois não estou em clima de festa.
" Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, ventos, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber." Caio Fernando Abreu.
Esse pensamento resume como estou me sentindo.
Não vou aqui enumerar todos os motivos que me deixaram assim. Os amigos que lerem, talvez entendam.
Sabe quando chega um momento na vida da gente que as coisas parecem que não fazem sentido? Que falta alguma coisa, ou muitas coisas? Que em algum momento a tua vida tomou o rumo errado? Que tudo aquilo que a gente pensava em "fazer quando eu crescer, a gente não fez?
Quem me conhece sabe o quanto eu curto fazer aniversário e, pasmem, não tenho o que comemorar esse ano. Tô exausta! exaurida! Vencida!
Acumularam tantas coisas, tantos, problemas, tantas mágoas, tantas decepções... Quem vê esse rostinho bonito e esse sorriso largo, não imagina o que passa por dentro da pessoa. Eu tenho comigo que o que importa é ser feliz e procuro ser todo os dias. Mas tem sempre algo ou alguém querendo te puxar para baixo. Acredito que a gente tem escolhas e pode escolher ficar bem, ser feliz, deixar passar, não perder tempo com o que não vale a pena e só brigar pelo que é importante. Mas, criatura, ninguém é de ferro e,às vezes, as forças acabam, a bateria descarrega e a gente sucumbe, cai mesmo, se espatifa no chão.
Força. Fui obrigada pela vida e pelas minhas escolhas a ser forte, ou parecer forte. Não tinha jeito: ou eu enfrentava as dificuldades, assumia as rédeas, ou me contentava com uma existência morna e, é claro, eu não queria ser coadjuvante na história da minha vida. Minhas escolhas foram as mais difíceis, mas não me arrependo. Porém, as pessoas se acostumaram a me ver forte, corajosa, mulher que vai à luta e esqueceram de que essa mesma mulher tem sentimentos, tem medos, tem aflições, se magoa ( e como), sofre, quer colo, afago, carinho. As pessoas não enxergam isso, como se eu fosse autossuficiente em tudo e esqueceram de dar e só tomam.
Incrível, mas tenho amigos que sabem mais de mim do que minha família. Essa semana, acostumados com os "Grande Eventos", me perguntaram o que seria este ano. Fiquei feliz em ser lembrada com antecedência e não só pelo Facebook pelo meu aniversário e, por esses amigos, foi que resolvi escrever este post para que tentassem entender o momento que estou passando. e me desculpar por não estar feliz nestes dias, em pleno carnaval. Nem vi carnaval, teve carnaval?
Não pensem que é pela idade, pois não tenho problemas com isso, só com os cabelos brancos, me deixam louca. É sério, curto meus quase 48 anos. A maturidade, a segurança, o aprendizado que adquirimos, isso não tem perna bonita ou salto alto que pague. Há tempos que diminuo os saltos e aumento as saias, mas não trocaria nada pela minha maturidade. Adoro! Quem não quiser envelhecer que morra antes, pois não tem jeito. Ou se é perfeito, ou se aceita e é feliz. Então, bora ser feliz, porque perfeito.....difícil, né?
Lembram quando eu disse nesse post que não tinha feito minha lista de fim de ano? Pois bem, farei a de aniversário. A do próximo ano da minha vida e nela incluirei fazer dança, trabalho voluntário, mergulho, estudos e ser feliz.
"Vou ser feliz, sem me importar com o que isso irá causar aos outros...o importante é que não estou fazendo mal a ninguém, pelo contrário" Estou apenas enterrando as impurezas e toxinas da minha vida e deixando brotar uma bela e frutífera árvore, e que seja doce". Caio Fernando Abreu
Adorei os pensamentos desse escritor, acho que ele estava num momento desses, como o que estou agora.
Então, meus queridos, estou triste sim, mas como sou "forte", logo estarei de pé, mas antes tenho que entrar nesta dor para entendê-la e ressurgir como a Fênix. Não sei quanto tempo vai levar, mas vai acabar e eu estarei de volta, lépida e faceira.
Feliz vida!